Seus filhos merecem pais felizes, mesmo que separados

A vida em casal nos ensina muitas coisas. Renúncia, aceitação, respeito, limites. Nos ensina a lidar com conflitos ou nos faz reconhecer como alguém que não sabe lidar, gerir e/ou reagir com esse tipo de situação. E é nesse ambiente que alguns casais prosperam e outros, com o tempo, se dissolvem. Das relações que dissolvem, nem todas terminam. Mas, aqui, quero falar daquelas que têm filhos e que estão prestes a terminar.

Geralmente há muitos medos em uniões, com separação iminente, que possuem filhos: 

  • Como esse término será sentido e absorvido pelos filhos?
  • Como será a convivência e os cuidados pós-separação?
  • Como cada um, filhos e pais, reagirão à nova realidade?

Meu primeiro conselho, na verdade, é composto de algumas perguntas: 

  • Ainda há vontade de reconstruir a relação?
  • Ainda desejam estar juntos?
  • Ainda há sentimento envolvido?

É estranho dizer isso, mas para essas reflexões, esqueçam os seus filhos. Essas perguntas devem ser feitas para você em relação ao seu companheiro ou companheira e, para que ocorram novas tentativas para preservar essa vida conjugal, a resposta precisa ser um “sim” muito verdadeiro das duas partes. Se houver algum não definitivo, mesmo que de um só, é bem provável que o caminho seja, de fato, a separação. Por isso é preciso muita sinceridade dos dois lados, sem ego, sem remorso, sem desejo de vingança. Somente uma resposta verdadeira. E se o caminho for, realmente, a bifurcação para cada qual seguir o seu, aí sim, pensem sempre nos filhos. 

  • O seu ex ou sua ex não te ama mais? 
  • Ele ou ela te traiu? 
  • Te sugou a vida inteira e nunca foi um parceiro ou uma parceira de verdade?
  • Te tratava mal, reclamava de você pra todo mundo? 

Sinto por isso, mas preciso dizer que esse é um problema seu, não dos seus filhos. 

“Ah, mas meus filhos precisam saber o pai ou a mãe que eles têm, que aquilo lá não vale nada.” 

Peço, encarecidamente, que não tome esse caminho. Seus filhos te amam tanto quanto ama o outro genitor. Se um tentar colocá-los contra o outro, em primeiro lugar, ficarão sem saber em quem confiar e, independente de quem estiver falando a verdade, seus filhos, no fim, terão uma tragédia. Ou a tragédia de finalmente reconhecer o outro genitor tal qual você sempre falou, como alguém que “não vale nada”, ou a tragédia de um dia descobrir que estavam apenas sendo manipulados por você, que, por um sentimento de ódio ou de vingança, tentou usá-los nessa sua guerra particular. E nesse processo de “quem está falando a verdade”, eles, sentindo que não podem confiar naqueles que mais amam, terão grande dificuldade em confiar em outras pessoas no decorrer da sua vida. E isso poderá ser desastroso. 

Logo, lembre-se sempre que filhos não são instrumentos de guerra. Mesmo que seu ex ou sua ex seja a pior pessoa do mundo, um dia seus filhos tirarão a própria conclusão sobre isso. Mostre respeito, sempre, independente do que houve pra trás.

E se as crianças não são instrumentos de guerra, não devem ser nem ferramentas de ataque, nem ao menos de defesa. Se colocar como vítima da situação, mesmo que você seja, mostrando que todos os seus fracassos, que todas as suas tragédias são por culpa do outro ou da outra, só vai ensiná-los a ter pena de você e, mais que isso, de que não somos responsáveis em direcionar a própria vida. Agindo assim, ao tirar o protagonismo da própria vida, mostrará a eles que, em situações semelhantes, não terão o que fazer a não ser lamentar e reclamar de quem os colocou nessa situação. E não é isso que você quer ensinar, não é mesmo?

Feche os olhos e se pergunte: é tudo isso que desejo ensinar aos meus filhos? 

Estou certo que não. Então, se o caminho é, de fato, a separação, que sejam bem-resolvidos e que possam, independente do que houve no passado, atuarem em prol dos filhos. E se, porventura, o outro ou a outra lá não desejar se doar mais às próprias crias, faça o que tem que ser feito, busque os seus direitos e ofereça o seu melhor para a sua prole. E proteja-os, sempre. Disso, tenho a certeza de que não irá se arrepender.

E nunca se esqueça: filhos não são instrumentos de guerra. Não são ferramentas de ataque e, muito menos, de defesa.

Que você e o pai ou a mãe dos seus filhos sejam muito felizes, juntos ou separados. Pois é disso que os filhos precisam: de pais felizes e em condições de oferecerem o melhor de tudo aquilo que precisam.

Inscreva-se abaixo para receber os próximos posts em seu e-mail

Você foi inscrito! Ops! Algo deu errado! Tente novamente mais tarde.

Está Gostando do Conteúdo?

Compartilhe com seus amigos

Conteúdo de qualidade sobre parentalidade e criação de filhos. 

Whatsapp

31 97202-5700

E-mail

contato@paidecernoparaiso.com.br

Podcast

Paidecer no Paraíso

©2025 Paidecer no Paraíso - Todos os direitos reservados