“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia…”
A chegada de um filho ou uma filha muda tudo. Como diz a música, nada será como antes e embora a parentalidade venha recheada de momentos maravilhosos, ela também traz inúmeros desafios. Desafios superáveis, importante ressaltar, mas desafios.
E um dos desafios é cuidar de todas as relações, pois os filhos demandarão muito tempo e atenção. Como ter, então, clareza e cuidado com tudo? Afinal de contas, quais as relações específicas da parentalidade para as quais preciso atentar?
- Sua relação conjugal ou a relação com o(a) outro(a) genitor(a);
- A relação, sua e do(a) outro(a) genitor(a), com os filhos, em unidade;
- A sua relação individual com seus filhos;
- A relação individual do(a) outro(a) genitor(a) com os filhos.
Relação conjugal ou entre genitores.
No que diz respeito à sua relação conjugal, se houver, poderá ser com o(a) outro(a) genitor(a) ou com uma outra pessoa. Independente com quem, merece a sua atenção. A chegada dos filhos vai impactar, sobretudo, no tempo dedicado à sua relação. O diálogo e também a busca por momentos do casal serão muito importantes nesse processo. Conversem sempre e, mais que tudo, pratiquem a escuta ativa. E se você e o(a) outro(a) genitor(a) não viverem juntos, busquem uma relação harmoniosa. Ninguém merece viver em conflitos: nem o outro, nem você e, muito menos, os seus filhos.
Relação entre genitores na liderança dos filhos.
Há também a relação dos genitores, em conjunto, com os filhos. Mas qual a diferença?
Você perceberá que, na educação dos filhos, é muito importante que o pai e a mãe falem uma língua só. Se um indica um caminho e outro indica outro, a criança fica confusa, se sente insegura e sem saber em quem confiar. Não seja fonte de confusão emocional para os seus pequenos. Se alinhem, pois vocês, pai e mãe, por mais dores que possam ter, são adultos e têm totais condições de definirem um objetivo único e coerente para os filhos. Isso fará grande diferença na vida deles.
A sua relação com seu filho.
É preciso cuidar da sua relação, individual, como pai ou mãe, com o seu filho. Sinto dizer-lhe que ninguém poderá fazer isso por você. E que bom, pois é nessa relação que se vive momentos emocionantes, apesar de muitos se abdicarem de tudo isso. O seu filho precisa muito de você para se tornar um adulto seguro, com boa autoestima, com bons relacionamentos, com vontade de viver, um adulto feliz. Se você é daqueles pais e mães que mais olham para si do que para os próprios filhos, devo confessar que você precisa, sim, buscar o melhor para você mesmo. Por outro lado, considero que os seus filhos também merecem ter o que há de melhor e isso inclui um pai e uma mãe presentes, empenhados a oferecer tudo aquilo que precisam para se tornarem bons seres humanos no futuro.
A relação do(a) outro(a) genitor(a) com seu filho.
E sobre a relação do outro(a) genitor(a), individualmente, com os filhos? Preciso me preocupar com isso?
Sim, precisa, principalmente se tiverem uma relação conflituosa ou ausente. Se isso estiver acontecendo, será importante intervir, seja a fim de influenciar o(a) outro(a) genitor(a) a agir de uma forma diferente, seja a fim de suportar e apoiar os filhos frente ao que necessitarão em função dessa relação deficiente. Mas atenção: nem sempre você conseguirá mudar essa situação. Você poderá tentar influenciar o outro a agir melhor, mas não será capaz de mudá-lo se ele ou ela não quiser. Se essa for a sua realidade, lembre-se que a culpa não é sua. Apenas faça o melhor que puder para si e para os seus filhos.
Parece muita coisa? Sim, é muita coisa. Mas com propósito e com muito amor, acredito que você poderá lidar muito bem com tudo isso, além de poder construir uma bela história, recheada de memórias afetivas.
Desejo boas relações pra você na sua parentalidade!
